Brasil e Rússia Lutaram Lado a Lado na 2ª Guerra Mundial

Hoje, devido ao coronavírus, os Russos comemoram o Dia da Vitória sobre o Nazifascismo... mas o que os Brasileiros tem a ver com isso? Leia o artigo e descubra!

Aqui em terras Brasileiras, muito embora o tema seja abordado nas escolas entre os jovens, o terrível evento da Segunda Guerra Mundial parece algo distante, um conflito além-mar que pouco nos diz respeito. Ainda que nomes como "A Frente Ocidental" e "O Dia D" sejam muito bem conhecidos por todos, a própria participação Brasileira neste conflito, seus feitos e soldados ilustres, bem como o real preço pago por aquela nação que sustentou a peleja no Frente Oriental, parecem ser encobertos pelas brumas do tempo na consciência coletiva do país.

Imagem: Símbolo da FEB, correspondendo à noção de que era "mais fácil uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil participar da guerra na Europa".

É bem possível que você possa já ter ouvido falar na FEB (Força Expedicionária Brasileira), mas talvez desconheça que 25.834 Brasileiros participaram ao lado das demais potências Aliadas na luta contra o Nazismo e o Fascismo, mais especificamente na Campanha da Itália. Sendo que destes milhares, 465 heróis tombaram fora da pátria entre os anos 1944 e 1945 em prol do bem geral. A memória de nossos soldados, conhecidos como "Pracinhas", é lembrada até hoje na cidade de Pistóia, na Itália, o local tanto do primeiro cemitérios de nossos Pracinhas (até o ano de 1960), quanto do atual Monumento Votivo Militar Brasileiro, inaugurado em 1966 no mesmo lugar. O curador do monumento, o Ítalo-Brasileiro Mario Pereira, disse para nosso embaraço que "Aqui nas regiões da Toscana e Emília-Romagna, a lembrança do sacrifício da FEB é algo ainda muito exaltado, mais do que no próprio Brasil".

Foto: Monumento Votivo Militar Brasileiro, Pistóia, Itália

O fato é que a memória dos feitos de guerra do Brasil acaba por ser celebrada quase que exclusivamente pelos círculos militares, ao passo que a população em geral relegou - pelo que parece - ao esquecimento o nome daqueles que deram suas vidas na Europa, sendo que o dia 9 de maio (o dia da capitulação da Alemanha Nazista) deste ano foi muito provavelmente lembrado apenas como a véspera do Dia das Mães.

Foto: O centenário de Justino Alfredo (2019), último campineiro vivo, passou longe dos olhos da maioria da população Brasileira.

Todavia, é digo de nota que, neste ano, em meio à crise do Coronavírus, as forças armadas e o Presidente da República fizeram questão de conduzir normalmente as celebrações do 74º aniversário do Dia da Vitória (no dia 8 de maio) diante do Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. As palavras de Fernando Azevedo e Silva, atual Ministro da Defesa, explicam o porquê da religiosidade na comemoração deste evento: "Hoje, nos unimos neste monumento para, mais uma vez, legitimarmos e agradecermos a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que a paz e a concórdia fossem restituídas em todo o mundo".

Agora, você pode estar pensando, "mas o que isso tem a ver com a Rússia?". A resposta é: tudo! Lembra-se do "Frente Oriental" que mencionamos pouco acima? Pois bem, se nossos 465 heróis que tombaram na Europa merecem todo reconhecimento que mencionamos, tanto na Itália, quanto no Brasil, o que pensar dos quase 27 MILHÕES de Russos que deram suas vidas para erradicar o Nazismo e o Fascismo do mundo. Apenas a fim de analogia, esta cifra é maior do que os 21 milhões habitantes do nosso segundo estado mais populoso: Minas Gerais!

É justamente por saber do caríssimo preço dessas vidas que, mais do que ninguém, a Rússia reconhece com grande estima todos aqueles países que se aliaram a ela naquele período de dificuldades. Por essa razão, no dia 5 de maio de 2019, os familiares dos integrantes do "Regimento Imortal" (em memória dos soldados Russos que tombaram em combate) homenagearam todos os envolvidos e veteranos da FEB. Muito embora a maioria dos Brasileiros não comemore seus heróis, dessa solenidade participaram o Sr. Sergei Akopov, Embaixador da Federação Russa no Brasil, e o Sr. Vladimir Tokmakov, Cônsul-Geral da Rússia no Rio de Janeiro.

Uma curiosidade é que marcha do "Regimento Imortal" - tradição que teve início na cidade Siberiana de Tomsk - aconteceu pela primeira vez aqui no Brasil, nas ruas de São Paulo, no ano de 2017. Na Rússia, a marcha do “Regimento Imortal” envolve todos aqueles que tiveram um parente combatente da Grande Guerra Patriótica, sendo composta por todos os sexos, idades, e crenças religiosas. Infelizmente, a pandemia forçou que as manifestações públicas deste ano fossem canceladas, mas a internet se tornou a rua pelo qual a marcha trouxe à tona a memória daqueles que combateram juntamente com o Brasil, mas em frentes distintas, o mal do Nazifascismo.

Foto: O então Metropolita Inácio (2019) da Diocese Ortodoxa Russa da Argentina e da América do Sul, portando uma fita do Dia da Vitória em comemoração à data.

Esperamos que este artigo tenha sido informativo, e que desperta a curiosidade em mais pessoas para descobrir o passado de grandeza destas duas nações Aliadas: o Brasil e a Rússia. Assista agora ao vídeo da última Marcha do Regimento Imortal que aconteceu no ano passado:

  • Shqip
  • العربية
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Bahasa Indonesia
  • Italiano
  • Português
  • Русский
  • Español