Uma mulher Cristã na faixa dos 80 anos foi removida da lista de auxílio governamental porque disse "Graças a Deus" depois de receber seu subsídio mensal de R$ 145 em meados de janeiro.
"Eles esperavam que eu louvasse a bondade do Partido Comunista", disse a mulher...
Em meio ao surto de coronavírus, pobres camponeses Cristãos da China foram condenados a renunciar à sua fé e substituir as representações de Jesus por retratos do Presidente Mao e do Presidente Xi Jinping ou correr o risco de perder seus benefícios sociais.
A revista de liberdade religiosa Inverno Amargo (Bitter Winter) relata que, em abril, as autoridades do Partido Comunista da China visitaram as casas dos fiéis em Linfen, uma cidade na província de Shanxi, no norte. Enquanto estiveram lá, eles ordenaram que os residentes que recebem pagamentos de assistência social do governo substituam cruzes, símbolos religiosos e imagens em suas casas por retratos dos líderes Comunistas da China.

O Presidente da China, Xi Jinping, participa de uma cerimônia de boas-vindas do lado de fora do Grande Salão do Povo, em Pequim, China, 14 de outubro de 2015. | (Foto: Reuters / Jason Lee / Foto do arquivo)
Se os Cristãos resistissem à ordem, as autoridades anulariam seus subsídios.
"Todas as famílias empobrecidas da cidade foram instruídas a exibir imagens de Mao Zedong", disse um pastor local ao Inverno Amargo (Bitter Winter). "O governo está tentando eliminar nossa crença e quer se tornar Deus no lugar de Jesus."
Um membro da Igreja das Três Autonomias, patrocinada pelo estado, em uma das aldeias contou como as autoridades locais removeram todas as imagens religiosas e um calendário com uma imagem de Jesus em sua casa e fixaram um retrato de Mao Zedong.
"As famílias religiosas empobrecidas não podem receber dinheiro do Estado por nada - elas devem obedecer ao Partido Comunista pelo dinheiro que recebem", afirmou o crente ao citar um oficial.
Em maio, um oficial da província de Shandong, no leste, invadiu a casa de um Cristão local. Enquanto estava dentro da casa dos Cristãos, o oficial fixou retratos de Mao Zedong e Xi Jinping e disse: “Esses são os maiores deuses. Se vocês querem adorar alguém, ei-los aqui".
Em abril, o governo da cidade de Xinyu, na província de Jiangxi, no sudeste, cancelou o subsídio mínimo de subsistência de um Cristão com deficiência e um subsídio mensal por invalidez R$ 72 porque o crente continuava a participar dos cultos, apesar das ordens do governo.
Da mesma forma, no condado de Jiangxi em Poyang, uma mulher Cristã na faixa dos 80 anos foi removida da lista de ajuda do governo porque disse "Graças a Deus" depois de receber seu subsídio mensal de R$ 145 em meados de janeiro.
"Eles esperavam que eu louvasse a bondade do Partido Comunista", disse a mulher.
Outra Cristã idosa da cidade de Henan, Shangqiu, teve seu subsídio mínimo de subsistência cancelado depois que funcionários do governo encontraram uma imagem da Cruz fixada na porta de sua casa.
"Eles arrancaram-na imediatamente", disse ela. “Depois, tanto o meu subsídio mínimo de subsistência quanto o subsídio de alívio de pobreza foram cancelados. Estou sendo levado a um beco sem saída. Eu tenho diabetes e preciso de injeções regularmente”.
O Partido Comunista visou anteriormente imagens e fotos de Jesus como parte de sua campanha para "transformar os crentes na religião em crentes no partido".
Em 2017, o Jornal Matinal do Sul da China (South China Morning Post) informou que as autoridades do PCCh (Partido Comunista da China) removeram mais de 600 símbolos Cristãos das salas de estar dos crentes no condado de Yugan, na província de Jiangxi, e que 453 retratos do ditador comunista foram pendurados.
O SCMP, um jornal que venera o regime comunista, afirmou que a medida fazia parte de uma campanha patrocinada pelo estado para aliviar a pobreza na região, já que alguns membros do PCCh acreditam que a fé das famílias é a responsável pela pobreza.
“Muitas famílias pobres mergulharam na pobreza por causa de doenças na família. Alguns começaram a acreditar em Jesus para curar suas doenças”, disse o chefe da campanha do governo ao SCMP. "Contudo, tentamos dizer-lhes que adoecer é uma coisa física e que as pessoas que realmente podem ajudá-los são o Partido Comunista e o Secretário Geral Xi".
A Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional, grupos de direitos humanos e o Departamento de Estado dos EUA condenaram a repressão contínua da China contra a religião e as minorias religiosas.
Em seu Relatório Anual de 2020,
a USCIRF instou o governo Trump a impor sanções direcionadas às autoridades Chinesas responsáveis por violações graves da liberdade religiosa. Ele observou que as autoridades Chinesas não apenas removeram as cruzes das igrejas em todo o país, mas também proibiram jovens com 18 anos ou menos de participar de serviços religiosos.
Em junho, um Cristão foi preso e pelo menos duas mulheres foram feridas na província Chinesa de Henan, depois que 200 oficiais comunistas invadiram a Igreja de Sunzhuang e demoliram a estrutura usando guindastes e máquinas pesadas.
Na lista de observação mundial da Portas Abertas dos EUA, a China está na 23ª posição da lista de países conhecidos por perseguir os Cristãos. A organização observa que todas as igrejas são vistas como uma ameaça se elas se tornarem grandes demais, políticas demais ou se convidarem estrangeiros.
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