Encorajamento do Metropolita Lucas: A Igreja Sobreviverá aos Tempos de Traição

"Nós chegamos naquele momento do tempo em que a verdade se manifestará não nas decisões dos Sínodos clericais, ou mesmo dos Concílios de várias Igrejas... mas antes pela fidelidade de cada um, considerada individualmente, aos dogmas e cânones Cristãos da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica".

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Uma nota encorajadora do ilustre Metropolita Lucas de Zaporizhzhya - Mesmo que alguns dos mais elevados Patriarcas e Bispos se desviem, a verdadeira Igreja sempre estará presente na terra, através dos bispos individuais e dos leigos que permanecem fiéis.

Tradução providenciada pelo Pe. Zechariah Lynch.


Metropolita Lucas de Zaporizhzhya

Cristo está no meio de nós, meus caros leitores!  

Sejam fiéis a Deus em palavra, vida e amor!

Reflexões sobre a Declaração do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa.

A drástica mudança na comunidade mundial indica cada vez mais a aceleração do processo de globalização, que conduzirá ao último período da vida humana neste mundo terreno.

O envolvimento ativo de diplomatas estrangeiros na vida da Igreja Ortodoxa não pode ser explicada simplesmente em termos geopolíticos. Por detrás de todas estas coisas, é possível perceber algo mais importante e significante do que política e interesses econômicos. O espírito do mal universal têm estado ativo na esfera das relações eclesiásticas, pois que era necessário preparar o solo com antecedência.

Na condição dos últimos dias, a existência da Igreja também irá mudar.

A presença da virtude da fidelidade a Cristo separará os fiéis daqueles que cultuam o anticristo, cujo poder neste mundo será manifestado abertamente em diversas tradições religiosas, incluindo a ortodoxia. Sua legitimidade (nesta ordem mundial) será determinada por sua disposição de se curvar diante da imagem da besta. Aqueles que se recusarem a  fazer isso serão considerados fora-da-lei.

São Inácio, o Teóforo, diz: "Onde está o bispo, alí está a Igreja". A plenitude da Igreja está presente na comunidade, que é composta do bispo - como sucessor dos apóstolos - o colégio dos presbíteros e diáconos, e o povo crente, unidos na reunião Eucarística. Esta plenitude é auto-suficiente e oferece aos seus membros tudo o que é necessário para o conhecimento dado a nós por nosso Deus e Redentor.

É de suma importância para nós compreender esta verdade, a fim de que possamos guardar a pureza da Ortodoxia nas novas situações da sociedade humana.

No caso das Igrejas de Constantinopla e da Grécia, vemos que as decisões do anticristo não são aceitas pela plenitude da igreja, antes, elas são aceitas pelos mais altos dignatários que foram assim preparados pelos dirigentes da nova ordem mundial.

Ao mesmo tempo, no meio dessas Igrejas, existe um grande número de clérigos e leigos que não concordam com aquelas decisões e permanecem fiéis à santa tradição. Algo pode ser dito sem medo, que no futuro, os diplomatas estrangeiros buscarão exercer influência sobre os Bispos de outras Igrejas Locais, acima de tudo sobre aqueles que possuem uma voz autoritativa.

Todavia, isso não significa que cada Igreja Local se desviará de Deus somente em razão da decisão de um pequeno grupo de pessoas.

Se segue que, conforme a eclesiologia do santo mártir Inácio, o Teóforo, e a antiga tradição eclesiástica, a comunhão Eucarística deve ser guardada pela unidade inter-eclesiástica com aquelas comunidades Eucarísticas que não se desviaram pelo caminho da traição da fé.

De acordo com o espírito dos tempos e as palavras proféticas de nosso Salvador, nós podemos concluir que a fidelidade para com a Igreja Mãe se dará em termos de santidade no nível do indivíduo de cada plenitude (comunidade) Eucarística, guiado por aqueles Bispos que não se desviaram pelo caminho da traição.

Assim, o Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa tomou uma decisão para resguardar a comunhão Eucarística entre aqueles hierarcas que não receberam as decisões não canônicas e de latrocínio dos Sínodos dos hierarcas da Igreja Ortodoxa Grega. Esta foi uma decisão correta, sábia e profundamente considerada.

Nós chegamos naquele momento do tempo em que a verdade se manifestará não nas decisões dos Sínodos clericais, ou mesmo dos Concílios de várias Igrejas, que já agora podem ser conduzidos pelo espírito administrativo deste mundo, mas antes pela fidelidade de cada um, considerada individualmente, aos dogmas e cânones Cristãos da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

Precisamos viver e crer de tal modo que possamos dar uma resposta positiva para a questão levantada pelo nosso Senhor: "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lucas 18:8). Apenas um pequeno rebanho permanecerá fiel a Deus e dirá um forte "Sim" a Ele.

Metropolita Lucas de Zaporizhzhya

17 de outubro de 2019


Esta carta foi traduzida do original em Russo pelo Pe. Zechariah Lynch.

O Pe. Zechariah é um sacerdote Ortodoxo em Pueblo, Colorado, na Igreja Ortodoxo de São Miguel Arcanjo. Ele escreve para o blog The Inkless Pen, e é um contribuidor frequente do Fé Russa.

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